Do meu avô, só lhe conheci a velhice. Mas cresci a ouvir os relatos de como ele batia na família, em especial na minha avó. Foi necessário que os filhos crescessem para se intrometerem e imporem uma separação judicial (naqueles tempos, o B.I. não contemplava a palavra divórcio). Nessa época, atribuía-se a continuidade da violência à prisão da dependência financeira e ao contexto social.
Hoje, não há obrigatoriedade de casar e são poucas as mulheres que dependem totalmente dos companheiros. Há uma suposta liberdade conquistada, mas a violência só aumenta. Já pensaram nisto? O que é que estamos a ensinar aos nossos filhos sobre relacionamentos, amor, compromisso? Sobre ser mulher e sobre ser homem? Sobre igualdade e dignidade? Estamos a agarrar-nos a que conceitos, a que valores?
No outro dia, a minha filha mais velha perguntava-me o que eu achava de ser feminista cristã. Eu respondi-lhe que me chega ser cristã, porque a ideia de que mulheres e homens têm o mesmo valor e dignidade, não é uma ideia feminista, é uma ideia cristã bem antiga. Basta regressar à carta aos Gálatas, em que Paulo escreve que com Cristo “não há judeu, nem grego, escravo ou livre, homem ou mulher”. Precisamos voltar à Bíblia, reler o propósito para o qual fomos criados, mulheres e homens, a como nos devemos relacionar, e onde está o nosso valor.