Aqui há uns anos, ao meu redor pela família e amigas, instalava-se uma febre de crochês e tricôs à qual eu, mãe quase desesperada entre fraldas, birras, caos, escapei sem fraquejar. Nada em mim se deliciava ao ver crescer as linhas, a minha disponibilidade para essas lides era nenhum. Não era claramente a altura para mim, e essa foi uma das lições que fui aprendendo com a maternidade: há um tempo para tudo, e aquele não era o meu tempo.
Há uns dias, a ideia voltou, porque me pus a pensar em coisas que me ajudassem a parar, a meditar no meio de toda a correria que agora se avizinha. Depois de uns vídeos no Youtube e uma ida ao armazém, comecei o projecto simples de uma mantinha às riscas. As mãos depressa ganharam memória, deixando livre a minha mente para pensar, descontrair, orar, recitar os textos que sei de cor e propor-me a novos. É a conjugação perfeita, agora que sentar-me no sofá não é correr o risco de ter a casa a pegar fogo, noutra divisão.
Para a semana recomeçamos a escola e o horário aperta. O desafio será saber parar com um propósito, sempre que o relógio permita, não sucumbindo a distracções.